
Anti-Princesas – Marquesa de Alorna
de Cláudia Gaiolas
O ciclo foi inicialmente composto por uma série de quatro espectáculos criados por Cláudia Gaiolas a partir da colecção de livros Anti-princesas, editada pela Tinta da China e pela EGEAC, sobre mulheres que marcaram a história. A pintora mexicana Frida Kahlo, a compositora e cantora chilena Violeta Parra, a militar boliviana de origem indígena Juana Azurduy e a escritora brasileira Clarice Lispector, são mulheres sem coroas, que não viveram em castelos e não tinham superpoderes, mulheres comuns, heroínas na vida real que desafiaram os cânones e revolucionaram o mundo através da arte, literatura ou política.
Em 2020, motivada pelo desejo de continuar a homenagear mulheres exemplares e proporcionar aos mais novos modelos femininos alternativos, Cláudia Gaiolas amplia o ciclo com duas novas Anti-princesas. Leonor, Marquesa de Alorna, poetisa consagrada que desafiou o poder político e religioso em busca de justiça e Carolina Beatriz Ângelo, médica, feminista, a primeira mulher a votar em Portugal e uma defensora da democracia e da liberdade.
Foram mulheres lutadoras, independentes e apaixonadas. A evocação destas verdadeiras heroínas vem sublinhar a evidência que a vida não é um «conto de fadas», que vale a pena enfrentar dificuldades e lutar por aquilo em que acreditamos.
A Marquesa de Alorna teve a infância marcada pela execução pública dos seus avós, os marqueses de Távora, acusados de um suposto atentado contra o rei D. José I, e pelo consequente enclausuramento de toda a família. Então com 8 anos, foi enviada para o convento de São Félix em Chelas, onde permaneceu até aos 26 anos. Ali, Leonor manteve uma correspondência secreta com o pai, que a tentou educar à distância. Tornou-se uma escritora consagrada e uma mulher que nunca se deixou dominar, desafiando o poder político e a Igreja em busca de justiça e liberdade.
Ficha técnica e artística:
Entidade programadora: Largo Residências
Direcção: Cláudia Gaiolas
Interpretação: Leonor Cabral
Dramaturgia: Alex Cassal
Cenografia: Carla Martínez
Figurinos: Ainhoa Vidal
Produção executiva: Armando Valente
Uma encomenda: São Luiz Teatro Municipal e EGEAC – Programação em Espaço Público
Em co-produção com Teatro Municipal do Porto e teatro meia volta e depois à esquerda quando eu disser